segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Os Teus Lábios



OS TEUS LÁBIOS

Os teus lábios queimavam

A minha boca de desejos voluptuosos

Quando tudo sorria em nossas vidas.

Era assim que o céu parecia descer sobre nós

Cheio de estrelas,

Enfeitando-nos de prata do luar

Das nossas noites quase intermináveis.



Mas os tempos passaram

E hoje vejo que os nossos laços se desataram

Entre pretextos que insinuaram

Ventanias tempestuosas,

Que distanciaram as nossas mãos

Que outrora enlaçavam os nossos corpos

Ardentes de tanto amor.

Os teus lábios frios nada mais dizem,

Senão a frieza dos teus sentimentos.



domingo, 21 de fevereiro de 2010

Catedral Metropolitana - Maceió -  Ao lado, ladeira que dá acesso ao Bairro do Farol (década 40/50), vendo-se o farol, ao fundo, destruído por um temporal no final dos anos 40.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

AS CARTAS QUE TE MANDEI

As cartas – “as velhas cartas comovidas que na febre do amor te enviei “ jogaste no lixo. Eu sei. Embora tenhas certeza que foram feitas de palavras sinceras, sem mentiras. Não foram frases soltas ao vento, inúteis, fúteis, pueris. As cartas falavam de amor, do meu encantamento por ter te encontrado. Nelas existia a prova do meu sentimento,da sensibilidade de um Romeu apaixonado.Tu eras, na verdade, a minha Julieta. Meu amor por ti crescia dia a dia. E, naquelas palavras, hoje jogadas aos pedaços irrecuperáveis na lixeira, procurei eternizar o que senti por ti e que pensei que irias acreditar até o final de nossas vidas, mesmo que o mundo desabasse por sobre nós; mesmo que as tempestadesda vida nos envolvessem. As cartas, que, agora, são restos de lixo, nada mais representam de tudo que existiu entre nós. - Por que rasgaste “as velhas cartas...” que tanto bem te fizeram em dias passados? Em cada pedaço de papel rasgado, eu senti dilaceradoo meu coração que tanto pulsou de paixão por ti em tantos momentos de nossas vidas. Eu vi desfeita a afeição que nos uniu, que nos fez almas gêmeas. Infelizmente a incompreensão nos separou dos dias que sorriram para nós, mesmo quando o sol se escondia entre nuvens negras e o mar se agitava contra os rochedos...- Por quê jogaste no lixo as cartas que te mandei? E, como o seresteiro, só me resta cantar com a voz embargada: “O nosso amor traduzia felicidade... afeição, suprema glória que, um dia, tive ao alcance da mão; mas veio um dia o ciúme, e o nosso amor se acabou, deixando em tudo o perfumeda saudade que ficou...”

HINO AO SOL


Viva o Sol radiante! Oh, Sol bendito!
Tu que apagas as trevas da tristeza,
Enchendo o mundo co´ a tua realeza,
Pois tu reinas, supremo, no Infinito!

E assim diante da tua grandeza,
Toda a terra se curva em um só dito,
Como querendo ressoar, num grito,
Que tu és de Deus a própria Natureza!

Oh, Sol brilhante, cheio de energia,
Que trazes esperança e um novo dia,
Para algum sonho se realizar...!

E Deus te fez, então, o astro-Rei,
Te concedendo as normas de Sua Lei
Para em torno de ti tudo girar...!

A CARTA QUE NÃO TE MANDEI

Eu quis te mandar uma carta, não só cheia de letras, como tantas que já recebeste. De mim mesmo até. Em outras não falei do meu verdadeiro amor; do vazio das horas, que um dia me deixaria sem a tua presença; quando o calor do teu corpo deixasse de aquecer o meu corpo na cama, agora tão gelada, petrificando-me a alma. E os meus dedos, insensíveis, a te procurarem em vão. Nunca te disse, ou melhor, nunca me declarei teu fã. Sabia, sim, de outros teus fanáticos admiradores. Mas eles se foram, perderam-se no tempo.Talvez ainda te tenham na lembrança. Quem sabe? Mas eu fiquei. Fui persistente, embora sem te revelar, em palavras, o que sempre senti por ti. Talvez meus gestos, em muitas atitudes, tenham te levado a crer nos meus sentimentos. Sempre me imaginei um Romeu louco de amor pela sua Julieta. Te via, nos meus devaneios, numa janela bem alta, florida, sem poder te alcançar. A noite era só nossa e de uma lua cheia prateando o teu rosto. E lá embaixo, eu - Romeu -te cantando versos do mais puro amor, que diziam assim: "Tu és divina e graciosa, estátua majestosa do amor por Deus esculturada. E formada com ardor do mais ativo olor, que na vida é preferido pelo beija-flor..." Tu apenas sorrias e o teu sorriso bastava para me transportar às nuvens, tornando-me a mais feliz das criaturas. Não ousavas, contudo, descer do teu pedestal. Eras a princesa e eu o plebeu mendigando as migalhas do teu sorriso. Faltou-me coragem para te dizer tudo isso noutras cartas. Talvez não acredites, mas a tua ausência me deprime, me definha a alma e o corpo, que está morrendo aos poucos. E, se não desceres dessa tua indiferença, desse teu orgulho, te peço apenas que beijes uma flor, cujas pétalas sirvam de enfeite à lápide que cobrirá o meu corpo, que logo morrerá de amor por ti. Creia-me! Eu te amo!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010


Este prédio é do Grupo Escolar Rocha Cavalcanti, em União dos Palmares (AL), onde eu tive os meus primeiros ensinamentos. Ali eu fiz o meu curso primário (1º, 2º, 3º e 4º ano). Adquiri, naquela escola, uma base sólida para os demais cursos que iria enfrentar (ginasial e colegial), mas isso já Capital (Maceió). Bons tempos aqueles...

Essa igreja, em União dos Palmares (Al), já não existe mais. Infelizmente não a tombaram como patrimônio histórico. Era um templo centenário. Ali, tudo me faz crer que meus pais foram batizados e nela se casaram.

O autor nasceu, em 15/08/1931, em União dos Palmares (AL), terra também do poeta Jorge de Lima. Desde o seu tempo de estudante, o autor gostava de escrever, participando, inclusive com suas poesias, do Grêmio Literário do colégio (Guido de Fontgaland) em que fez os cursos ginasial e colegial. Desejou formar-se em Medicina, mas não logrou êxito no seu intento. Entrou para o Banco do Brasil, em 1953 e nesse interregno, até a sua aposentadoria, em 1984, logrou o diploma de bacharel em direito, pelo que nunca se interessou para exercer a advocacia. Tem trabalhos inéditos (contos, crônicas e poesia), alguns dos quais publicados em sites, desses assuntos, na Internet. Guarda, nos seus arquivos, um livro de poesias (pronto para publicação) que deu o título de “Versos diVersos”.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Os meus queridos familiares
A SECA


Tudo agora é miséria. Nada resta
Ao carcará faminto que procura
Restos mortais que existam, porventura,
Na caatinga, que nada mais lhe presta.

No solo, desenhado em rachadura,
Um cacto dá idéia que protesta
Com seus galhos abertos. Será esta
De um bravo sertanejo a sepultura?

No céu, o sol vermelho é inclemente
E a terra seca, desolada, sente,
Parecendo tremer com tanta dor.

Não há mais nada no chão que se aproveite.
Só carcaças servindo como enfeite
P´ra esse cenário incrível de horror!
CARNAVAL



O Carnaval perdeu os seus valores.
A perversão, agora, se acentua;
Não tem mais a beleza que era sua
Nos bailes com pierrôs. Tudo era flores...

Um delírio total transforma a rua
Ao rufar infernal de mil tambores,
De clarins. Enfeitado com mil cores,
O desfile: desejos insinua.

Belas mulheres cantam co´ euforia,
Fazendo da nudez sua fantasia
E enchendo de erotismo o Carnaval!

Agora, é festa em que a loucura impera,
Que o ser humano, quase como fera,
Esquece mesmo que é um racional.

O ATEU


- Que dizes tu dessa beleza imensa,
Do céu rubro e brilhante do poente,
Levando um sol dourado e incandescente
P´ra nascer noutra plaga! E me convença

Se tudo isso que vês à tua frente,
Não obstante a tua indiferença,
Teu materialismo e a tua ofensa,
Não foi obra de um Deus onipotente!

Ou será que tu negas por vaidade...,
Certo de que não dizes a verdade,
Porque crês no Senhor que é meu e teu?

Não sei por que tamanha incoerência
Para negar, de Deus, Sua existência,
Se a vida que tu tens, Ele te deu?
TRISTEZA DE POETA

As aves dispersaram
Ninguém sabe para que mundos
Seus cantos serão encantos
Em campos floridos.
O céu se polui com cheiro de pólvora
Que faz mares vermelhos
Arrebentarem-se em rochedos
Onde as gaivotas, quais aves de rapina,
Farejam a maresia sangrenta
Dos nossos dias.
Encena-se o holocausto
E o ódio traspassa sentimentos
Com rajadas certeiras,
Que fazem a tristeza do poeta,
Que fazem o poeta chorar...